No último post, começamos a abordar a doença conhecida como Esteatose Hepática que afeta pessoas que bebem pouco ou quase nenhuma quantidade de álcool. Portanto, para continuar a análise de complexa complicação médica, vamos abordar mais algumas características deste tipo de doença hepática gordurosa não alcoólica. Anteriormente, destacamos sobre como a biópsia de fígado é uma ótima forma de identificar a doença, hoje explicaremos sobre os seus sintomas, causas, fatores de risco, complicações e como se prevenir.
Quais são os sintomas da Esteatose Hepática
A esteatose hepática não alcoólica geralmente é assintomática, ou seja, o paciente não sabe que tem porque ela não causa sintomas. Contudo, muitas vezes o paciente faz algum exame de sangue de rotina, no qual é solicitado algum exame relacionado ao fígado e vem com alteração. Mais comumente elevação de enzimas hepáticas (TGO e TGP). Quando o paciente tem sinais ou sintomas de esteatose hepática, eles podem ser:
- Fígado de volume aumentado (hepatomegalia);
- Fadiga;
- Dor no hipocôndrio direito.
Por outro lado, nos pacientes onde o quadro de esteatose já evoluiu para estágios mais avançados da doença, como a esteato-hepatite ou a cirrose, o paciente pode apresentar:
- Aumento do volume abdominal (ascite);
- Ginecomastia;
- Baço aumentado (esplenomegalia);
- Telangectasias;
- Amarelamento da pele e olhos (icterícia).
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Quais são as causas da doença hepática gordurosa não alcoólica
Ainda nos dias de hoje não se sabe exatamente por que algumas pessoas acumulam gordura no fígado enquanto outras não. Da mesma forma, há uma compreensão limitada do porquê alguns fígados gordurosos desenvolvem inflamação que pode evoluir para cirrose. Normalmente, o espectro de doenças que abrange a esteatose hepática e a esteatohepatite não alcoólicas está relacionado a:
- Excesso de peso ou obesidade;
- Resistência à insulina, estado em que suas células não absorvem açúcar em resposta ao hormônio insulina;
- Glicose elevada no sangue (hiperglicemia), indicando pré-diabetes ou diabetes tipo 2;
- Níveis elevados de gordura no sangue, particularmente triglicerídeos.
Estes problemas de saúde combinados parecem promover o depósito de gordura no fígado. Entretanto, para algumas pessoas, esse excesso de gordura atua como uma toxina para as células do fígado, causando inflamação do fígado e esteato-hepatite não alcoólica, o que pode levar a um acúmulo de tecido cicatricial (fibrose) no fígado, culminando para cirrose.
Quais são os fatores de risco da Esteatose Hepática
Vários distúrbios e condições podem aumentar o risco de esteatose hepática não alcoólica, principalmente os seguintes itens:
- Colesterol alto;
- Altos níveis de triglicerídeos no sangue;
- Síndrome metabólica;
- Obesidade, principalmente quando a gordura está concentrada no abdome (tipo visceral);
- Síndrome dos ovários policísticos;
- Apnéia do sono;
- Diabetes tipo 2;
- Hipotireoidismo;
- Hipopituitarismo.
Já a esteatohepatite não alcoólica é mais provável, sobretudo, nestes grupos:
- Pessoas mais velhas;
- Pessoas com diabetes;
- Pessoas com gordura corporal concentrada no abdome (tipo visceral).
Quais são as complicações da doença hepática gordurosa não alcoólica
A principal complicação da esteatose hepática não alcoólica e da esteatohepatite não alcoólica é a cirrose, que caracteriza-se pela cicatrização tardia (fibrose) no fígado. Dessa forma, a cirrose ocorre em resposta à lesão hepática inflamatória, que é o substrato patológico da esteatohepatite não-alcoólica. A tentativa do fígado de combater a inflamação consiste na produção de áreas de cicatrização (fibrose). Caso o processo se perpetue e a inflamação seja contínua, o processo cicatricial acaba acometendo todo o fígado.
Se este processo não for interrompido, a cirrose pode levar a:
- Acúmulo de líquido no abdômen (ascite);
- Surgimento de varizes no esôfago (varizes esofágicas), que podem complicar com ruptura e sangramento digestivo alto;
- Confusão, sonolência e fala arrastada (encefalopatia hepática);
- Câncer de fígado (hepatocarcinoma celular);
- Insuficiência hepática terminal, o que significa que o fígado parou de funcionar.
Cerca de 20% das pessoas com esteatohepatite não alcoólica evoluirão para cirrose.
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Como prevenir a Esteatose Hepática
Para reduzir o risco de esteatose hepática gordurosa não alcoólica você deve:
- Escolher uma dieta saudável: ou seja, priorize uma dieta rica em vegetais, frutas, grãos integrais e gorduras saudáveis;
- Mantenha um peso saudável: Se você está com sobrepeso ou obesidade, reduza o número de calorias que você ingere todos os dias e faça mais exercícios físicos. Se você tem um peso saudável, trabalhe para mantê-lo escolhendo uma dieta saudável e se exercitando;
- Exercício: Exercite-se a maioria dos dias da semana. Se você for sedentário, passe no seu médico primeiro para que ele possa te avaliar e liberá-lo para a prática de atividades físicas regulares.
O problema é quando a gente cuida da alimentação, faz exercícios, tem um peso razoável e mesmo assim não se livra da esteatose! Ficamos sem saber mais o que fazer